The Archivist’s Story*, de Travis Holland
"Estamos em Moscovo, no ano de 1939.
Pavel, um antigo professor de Literatura, é agora arquivista na temível [prisão de] Lubyanka. Mas não está só. Em Moscovo, andam também a mãe e Elena, Semyon e Natalya, e outros amigos e amigas de Pavel, e os filhos e as filhas dos seus amigos, e gente anónima que ele encontra nas ruas, no metro, no eléctrico e no comboio. E também por lá andam, entre outros, Sevarov, Radlov, Beria, Molotov e Estaline.
Sim. Travis Holland arrasta-nos para um encontro com a História: a Rússia de Estaline, Butyrka, Lefortovo, Lubyanka e o NKVD, o Acordo de não-Agressão com a Alemanha de Hitler e a divisão da Polónia.
Tudo começa num encontro com o escritor Babel. Só que, de repente, já não sabemos o que é história e ficção, ou se é tudo história, ou se tudo não passa de ficção.
Quando damos por isso, já somos nós quem encarna a dor, o sofrimento e a angústia. Já somos nós quem é arrastado pelos corredores da Lubyanka e treme só de ouvir as chaves tilintar. Já somos nós quem anda pelas ruas de Moscovo sempre a olhar à volta, sempre a olhar para trás. Já somos nós quem sente um aperto no coração só de ouvir alguém bater à porta. Já somos nós quem não sabe o que é melhor: se ficar à espera, ou se fugir.
Descobrimos, então, que há algo que consome mais do que a própria morte: O Medo.
E, quando chegamos ao fim e verificamos que estamos sentados na cama ou no sofá, num banco do metro, do eléctrico, do comboio ou do autocarro, na praia ou no campo, então, respiramos fundo.
Afinal, apenas acabámos de ler um livro extraordinário. "
Pavel, um antigo professor de Literatura, é agora arquivista na temível [prisão de] Lubyanka. Mas não está só. Em Moscovo, andam também a mãe e Elena, Semyon e Natalya, e outros amigos e amigas de Pavel, e os filhos e as filhas dos seus amigos, e gente anónima que ele encontra nas ruas, no metro, no eléctrico e no comboio. E também por lá andam, entre outros, Sevarov, Radlov, Beria, Molotov e Estaline.
Sim. Travis Holland arrasta-nos para um encontro com a História: a Rússia de Estaline, Butyrka, Lefortovo, Lubyanka e o NKVD, o Acordo de não-Agressão com a Alemanha de Hitler e a divisão da Polónia.
Tudo começa num encontro com o escritor Babel. Só que, de repente, já não sabemos o que é história e ficção, ou se é tudo história, ou se tudo não passa de ficção.
Quando damos por isso, já somos nós quem encarna a dor, o sofrimento e a angústia. Já somos nós quem é arrastado pelos corredores da Lubyanka e treme só de ouvir as chaves tilintar. Já somos nós quem anda pelas ruas de Moscovo sempre a olhar à volta, sempre a olhar para trás. Já somos nós quem sente um aperto no coração só de ouvir alguém bater à porta. Já somos nós quem não sabe o que é melhor: se ficar à espera, ou se fugir.
Descobrimos, então, que há algo que consome mais do que a própria morte: O Medo.
E, quando chegamos ao fim e verificamos que estamos sentados na cama ou no sofá, num banco do metro, do eléctrico, do comboio ou do autocarro, na praia ou no campo, então, respiramos fundo.
Afinal, apenas acabámos de ler um livro extraordinário. "
Á de Moura Pina
* Uma tradução de «A história do arquivista» será brevemente editada em Portugal.
Fonte: Blog Abrasivo
Este promete!!!
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